terça-feira, 2 de outubro de 2007


A Fuga do Pirralhito




Não consigo parar de pensar no que aconteceu hoje à saída de uma escola «primária», algures no nosso Portugal urbano. Confesso que, quando me contaram, não queria acreditar; ainda ri até ficar com a consciência pesada, pois o assunto era grave!

Tudo começou quando um pirralhito de cinco anos saiu da sua sala de aula e não viu o avô à sua espera. Sem ficar incomodado, decidiu imediatamente o que fazer: teria de ultrapassar o primeiro obstáculo, a contínua que nunca deixa ninguém sair sem verificar se vai com o respectivo familiar. Decidido a atingir o seu objectivo, o pirralhito enganou a empregada, dizendo que o avô já não o ia buscar, pois ele ia com o sr. X ,

motorista do ATL dos seus amiguinhos. A senhora acreditou, não viu o avô e o sr. X é pessoa respeitada e idónea, por isso, deixou-o sair. De seguida, o pirralhito tinha de convencer o sr. X a levá-lo. Munido da sua capacidade argumentativa, decidiu dizer que, a partir daquele dia, iria também na carrinha do ATL, pois a mãe já o tinha inscrito. E conseguiu convencer o sr. X a levá-lo! Imagino a capacidade argumentativa deste pirralhito, a construção brilhante do argumento, o contra-argumento e o exemplo que terá inventado. Simplesmente fantástico! A criança conseguiu enganar dois adultos numa só tarde!.
Quando o avô chegou,

foi o pânico, o horror do rapto contado, com todos os pormenores, por quem viu a criança entrar numa carrinha! A GNR foi chamada, as testemunhas ouvidas e chegaram todos à conclusão de que o pirralhito tinha sido levado para um conhecido ATL da zona.

Conclusão: capacidade argumentativa do pirralhito ou insegurança nas escolas? Inteligência infantil ou ingenuidade dos adultos?

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